Bobagem
Postado por Rhaiza Oliveira , segunda-feira, 11 de março de 2013 21:32
Eu fico me perguntando
se eu estou exagerando ou fazendo papel de sofrida. É meio claro que isso ocorra,
mas é difícil entender a raiz do problema. Essa batalha de ego e autoestima é
um negócio complicado. Não tem como não olhar a magreza, o rosto angelical, a
voz que se pronuncia, a delicadeza de como se aproxima. Ao mesmo tempo é
irritante e invejável. Sim, é lindo receber mimos, estar lá, ter domínio. Mas a
minha imbecilidade me permite essa sensação de querer ser boa o suficiente pra
pessoa, mais bonita, mais magra, mais sociável, menos baixa, ter cabelo bom.
Grande merda.
A pior coisa que pode
existir é sentir-se escondida. Três anos estranhos. Sem poder ligar no meio da
noite, sem poder declarar, sem poder colocar uma foto de carinho, que seja.
Isso acaba com a autoestima de alguém, principalmente alguém que sempre teve
problemas nessa área. É complicado gostar de alguém e não poder falar gritar,
mostrar, se sentir com o ego um pouquinho inflado por isso e não sentir culpa. É
foda, parece coisa de adolescente, mas é algo pequeno demais a se negar a
alguém que nunca teve isso. É a paz com
o espelho, é a vozinha que chega no ouvido e diz: ‘Tá vendo, ele se orgulha e
não tem o que esconder,garota. Você conseguiu!’
Me sentindo a pior das
pessoas por pensar que eu me sentiria maravilhosa se ela visse. E sentisse que
ele é meu. Haha. É muita babaquice pra se pensar, mas ninguém controla isso. Tá
vendo, bonitinha? Meu, meu, meuzinho! Socorro, eu voltei a adolescência e não quero
sair.
É só a vontade de ser
surpreendida mesmo. De receber algo idiota, impensado e púbere,só pra ser
mostrada. Feministas como eu no mundo todo choram. Mas cansei de tentar fingir
que isso não é bobo. É bobo! Super bobo! Mas sim, vitrine é massa e as vezes
receber as atenções, menores mimos que sejam é gratificante pra caralho. Coloca
um sorriso na cara e não tira.
Sim, amo, amo pra
burro. Tão burro que quero sim ser exibida, bonita, laço de fita, foto em preto
e branco. Sou teu presente. Mostra, se
gaba, faz inveja, grita meu nome por essas ruas sem freio. Sem vergonha. Sem
guardar. Grita que me ama, me surpreende, faz uma loucura, me acha bonita,
chupa minha língua, diz que ela é magra demais e tem a voz irritante. Não sabe
como me faria feliz, mais do que você já faz.
Tenho vinte e um anos.
Devia estar procurando um emprego.